A decisão já foi tomada, derradeira será até o fim do dia.
Em qual das taças siamesas está o veneno que lá derramei?
Tomará o meu par à frente ou tomarei eu como um amargo vinho?
Das duas a resposta é clara, ao que morrer: nós dois
partiremos.
De punhos cerrados, pulso arquejante, pele fria como
mármore.
Rubor na face, o grito cimo de uma de nossas gargantas
ecoará pela prisão de aço.
Mas o outro silenciará, comedido nas suas próprias percepções.
Poderia ser evitado? Poderia o gigante evasivo
sorrateiramente vazar pelos cantos?
Como a umidade que assola a parede e revela, como em uma
causa secundária, as camadas internas de tinta, tintas de medo, de angústia, de
dor?
Não há como prever a tempestade vespertina nem a resposta a
todas as indagações febris.
Basta para saber, até que a oportunidade avance sobre os dois soldados, esperar.
E ao que restar de meu orgulho, jogue-o no jardim, para que
de toda minha ruína, algo de bonito - e vivo - possa florescer.
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